Como eu queria poder ter vocês nos braços, acariciar sua nuca com o dedo indicador, te trazer um arrepio e te fazer forçar um sorriso, tentando me mostrar que está tudo bem. Mas eu sei que não está, e que talvez nunca mais fique. Mas às vezes acreditar é bom. Você iria abrir a boca para dizer algo, e eu apenas tocaria nossos lábios, te lançando um olhar profundo, para entender que não quero conversar. Meus lábios iriam passear por seu rosto, dando vários beijos leves e carinhosos, até seu ouvido, onde eu soltaria um leve "está tudo bem", e morderia logo depois. Minha mão direita deslizaria por seu braço, parando em seu rosto, e eu te olharia. Veria seus traços preocupados, a máscara rígida da coragem em sua face, e seu medo no olhar, escondido, reprimido contra a parede de sua mente. Veria a loucura batendo à porta, tentando se soltar, e o ódio acompanhando-a, usando como escudo. Mas eu não tenho. Não posso ter nada disso agora, estou cansada de abrir os olhos e me ver sozinha na cama, com a última poesia que escreveu para mim aberta, lendo-a pela milésima vez. Estou cansada de te esperar sofrer e não poder fazer nada, de te ver deixar o tempo passar como se nada tivesse acontecido. Eu quero, preciso, cuidar de você. Confie em mim, me deixe aliviar a dor que está sentindo.
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